domingo, 25 de abril de 2010

Rotulagem

É interessante essa coisa de se rotular a tudo e a todos indiscriminadamente! Uns são punks, outros hippies, é emo pra cá, funkeiro pra lá, isso só citando alguns gostos musicais e modos de vida! Quando se trata de sexualidade, religião, política... Ptuíii!!! A bagunça é grande! Grande bobagem! Somos humanos e não produtos! Claro, auto-afirmação, simpatia, tendências, são inatas ao ser humano como ser social ( tribal?) que é e não podemos abrir mão de algo que faz parte de nossa formação e também de nosso status quo no mundo. O problema é quando não conseguimos nos livrar de algo que se torna um peso, uma pexa que nos acorrenta! Por exemplo, alguém que se diz de esquerda, não pode criticar atos de corrupção praticados por seus partidários ou um homossexual não pode se apaixonar por alguém do outro sexo (Claro que nestes e em outros casos, vale o vice-versa, né?), pois tais atos vão ser censurados pelo seu grupo, que o vai hostilizar como um pária, um traidor de tais convicções que, por este torpe ponto de vista suplantam desejos e preceitos, não levando em conta a individualidade em nome de um espírito de corpo (porco?) que tende a tratar as pessoas como membros e não como organismos independentes dentro da organização!
Por isto abro mão de grupos ou panelinhas, organizações ou partidos. Enalteço a família, não só a natural de cada um, mas também aquela formada pelos amigos, nossos parentes adotados. Esta associação tem seus defeitos, às vezes nos desagrada e chateia, mas com certeza, salvo infelizes exceções, acaba por aceitar-nos como somos, acolhendo nossos jeitos de ser como nenhuma outra jamais poderá!

Ouvi... Não escutei...

Gosto de conversar... e como! Mas também gosto de escutar as pessoas, as músicas, as palestras, enfim. Mas isto não significa que realmente escuto tudo que ouço, principalmente as letras das músicas que aprecio, porque escutar é ouvir com atenção, questionar o que ouço e se os sons são agradáveis porque não buscar o sentido por trás das palavras? Toda vez que percebia que não captava as intenções de um compositor ficava "pau da vida", me achando um bocoió. Pretensão pura! O barato da vida é ir a caça do que o outro quer te dizer seja numa simples conversa, num livro ou canção, porque a vida é realmente um emaranhado de subentendidos e mau entendidos que nos enreda e nós precisamos ter paciência com o outro e conosco para refletir sobre as diversas interpretações que damos ao que ouvimos e realmente escutar a intenção por trás das palavras, que na maioria das vezes, para o nosso espanto, são boas, pois ninguém que mereça ser escutado pode realmente querer nos magoar ou depreciar, quem realmente nos importa, mesmo que fale palavras duras, quer nosso bem e não podemos deixar a audição nos iludir, nesses momentos cabeça e coração devem ser "todo ouvidos"!
O porque deste "palavriado" todo? Bem, nunca tinha ouvido ( ou não dei ouvidos?) falar do profeta Gentileza, mas recentemente eu e um amigo demos de cara com ele na internet e resolvi bisbilhotar... Resumindo: Uma das "coisas" que encontrei foi esta música da Marisa Monte, que eu nunca tinha escutado, apesar de ter ouvido muitas vezes e gostar bastante, nunca tinha realmente percebido as intenções por trás da bela voz e música. Gentileza gera gentileza, já dizia o profeta, então espero que gostem deste meu gentil gesto de lhes indicar este vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=VKnVAZHehV0) bisbilhotem também se quiserem conhecer este personagem tão interessante. Um abração!

sábado, 24 de abril de 2010

Camila

Eita! Lembro bem daquele dia
Quando você chegou
Tua mãe guerreira ia
Trazer a nossa flor!

Me veio pelas mãos de uma rainha
A minha querida filhota!
Tão miúda, pequenininha,
Porém gigante pro pai-ota!

Nasceu cabeludinha
Mas lhe raparam a pelota!
Parece que era salgadinha
E tiveram que adoçar a meninota!

Esse foi só o aperreio primeiro
Que meus cuidados deu!
As doencinhas, os berreiros
Ai... Até saudade bateu!

Por estas curvas de estrada
Que a vida insiste embocar
Fui me afastar da morada
Chorando longe da minha fubá!

Só que filho é para sempre, nada nos separa
Isso vale até depois da morte!
Apesar das presepadas, coisas de piapara
Nunca me apartei deste sentimento tão forte!

Sei que até duvidou
Talvez a distancia amoleça as certezas
Hoje meu amor
Sabe o quanto esse pai
Ama essa filha maravilhosa
Que é sua princesa
Que me deixa todo prosa

Hoje esta menina, mulher virando...
Formosa morena, um caráter sem par!
Quer ser doutora! Obstetra, falando...
Tinhosa como o quê, rê, chega lá!

Minha filha, meu orgulho
Alegria do meu viver!
Você sabe dos meus murmúrios
Você sabe do meu sofrer!
Sabe dos meus clamores
E dos muitos defeitos do meu ser!

Mas Deus, nosso pai, em seu infinito amor
Olhou esse bocó que mau sabe o abecê
E viu tudo do meu coração
E no seu Divino saber
Deu a resolução
Me escolheu pra ser seu pai
Sei lá porque quê razão!

Nunca duvide de meus sentimentos
Nem se esqueça de me procurar
Na alegria ou no sofrimento
Seu pai não te faltará!

A vida é sopro, é momento
Fogo de palha, pronto pra se apagar!
Mas o amor é eterno contento
Quando tudo se for, ele permanecerá!

Você é do amor resenha e biblioteca
Sempre será minha fifía
Sempre minha moleca!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Opiniões

Nós achamos tanto de tantas coisas que às vezes nos perdemos... Não acredito em verdades absolutas ou relativas mas sim num conjunto incontável de achismos e a partir disso nós vamos consolidando teorias, leis, diagnósticos, dogmas... E cada um defendendo pontos de vista como um último naco de carne em tempo de escassez, sem abrir mão de um milímetro sequer e assim nos tornamos senhores de uma razão desarrazoada sem a beleza dialógica que premia as boas discussões, mesmo as exaltadas, desde que sejam guarnecidas pelo respeito e os bons bate-papos que nos levam longe...
Sem perdermos nossas convicções, mas levando em conta a opinião e acatando a validade do argumento do outro, podemos sim mudar de idéia e acrescentar aos nossos pontos outras vistas...

Rolo brasíliense

Minha cidade tão triste com tanta sujeira
Comemorar o que com este bando a solta
Nós estamos sem eira nem beira
Com a gangue te levando a bancarrota!

A saúde por aparelhos mantida
Obras superfaturadas
Deputados curtindo a vida
Roubando de mãos dadas!

Polícia por jagunços comandada
Defendendo a corja no poder
Estudantes honrando a pátria amada
Apanhando por nos defender

Pra eleição discurso afiado
Azul e vermelho agora
Caminhando lado a lado
Como jogar o lixo pra fora?

Todos no mesmo balaio
Farinha pouca o pirão é meu
Nas suas promessas já não caio
O povo de Brasília cresceu!

Vamos mostrar a que viemos
Detonar com ratoeira
Agir como devemos
E acabar com a roubalheira

Só unidos vamos ter
A vitória em nossas mãos
Gritar e fazer a hora
Acontecer, meus irmãos!

Linda Cinquentona! (Ufanismo de província)

Brasília,esperança realizada
Nasceste do concreto e do pó
Flor do goiano cerrado, Sempre- viva,
Se não é criança, também não é vovó!

Viemos de todos os brasis para aqui te construir
Do sudeste, veio a inspiração,
Do vigor nordestino, a realidade!
Completada pelo norte e pelo sul
Que incorporaram aqui suas tradições
Se fez de um sonho, bela cidade!

Brasília, querida cinquentona
Te aclamamos, doce mãe
Se no seu berço é que nascemos
Ou quando por amor, se torna nossa dona!

Parabéns, a você e a seu belo povo
Que orgulho tem aqui de viver
E a alegria de compartilhar,
No centro ou na periferia ,
Deste momento singular!

Vida longa a nossa princesinha
Jóia da coroa
Incrustada no coração do Brasil
O poeta já te adivinhava
Quando citou “Encantos mil”!

Viva nosso povo, viva Brasília, viva Brasil!

Eita! Exagerei?

Idéia

Num momento de paixão
Tão fugaz e repentino
O humano de raspão
Se encontra com o Divino

Deste breve esbarrão
Entre a dúvida e o contínuo
Nasce a clara ilusão
De controlar-se o destino

E do suor da exaustão
Da tentativa canina
Surge a inspiração
E com ela a Idéia que ilumina

A Idéia poderosa como um trovão
Corre pelas entranhas, serpentina
Do idealista toma cabeça, coração
E seu espírito domina!

Tantos por ela dominados
Iludidos, se acham domadores
Mas a Idéia, meus coitados
Nós faz dela servidores

Porém esta maravilhosa sina
De servir a quem se deu a vida
É simples e lógica rotina
Pois aos pais resta esta lida

O amor à Idéia faz do homem escravo
Este, no entanto, lhe é servo fiel e feliz
Porque é uma servidão sem agravo
É uma dominação que tanto se quis!

Puetagem

O vil nada Prudente
Soca o saque indecente
Nos bolsos e calcanhares
E ainda ora com os canalhas pares...

A feia e pequena mais experiente
Leva grande e belo recipiente
Trancafiada para efetuar sua rapina
Ágil e serelepe como menina

Doutor em cargo dirigente
Faz pergunta impertinente
Sobre a limpeza da grana
Engajado na luta bacteriana

Já o jornalista inapetente
Em ato de asco evidente
Enfia a frente e a traseira
E Novamente uma cueca entra na sujeira

O povo vai a rua descontente
Reivindicar justiça urgente
A policia em desgoverno baixa a porrada
E a gangue de colarinho impune dá risada

O chorão reincidente
Abandona o pleito tristemente
Desta vez ao menos sem pranto
Que a crocodilagem não tem mais encanto

E assim se vai em frente
De maneira impudente
Escândalos em sequência
Anestesiando a consciência

Mas chutemos o Prudente
Da inútil casa ainda presidente
E com ele essa torpe quadrilha
Para o alento de nossa humilhada Brasília

De lá pra cá pouco ou quase nada mudou. O governador e seus cupinchas depois de um curtíssima temporada no xilindró,já estão soltos e aprontando das suas! Elegeram Rosso, cria de Roriz e peixe de Arruda e ainda estão costurando uma aliança impensável nos tempos de militância de um outrora Partido dos Trabalhadores e a PM ( Policia Manipulada, para os intímos) sob o descomando do coronel de bolso do gdf, continua dando bordoada no lado errado, espancando estudante e protegendo ladrão! Eita, cinquentona, assim você não tem muito o que comemorar... Vamos torcer para que ao menos que o PDOT seja freado para diminuir sua dilapidação!!!

Quedi ocê?

Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim...

Vento no litoral ( Composição: RenatoRusso)


Vancê já si sintiu
Cumum passarin na gaiola
Triste tiziu
Qui cum tudo si amola?

Ansim tô eu, desdi qui ela foi simbora...

Vancê já si sintiu
Cumum ismolé sem esmola
Disprezado, vaziu
Sem migaia na sacola?

Ansim tô eu, desdi qui ela foi simbora...

Mas vancê me diga
Cum toda franqueza
Já sintiu uma fadiga
Já sintiu uma tristeza
Que discanso num miora
Que amigo num consola

Ansim tô eu, desdi qui ela foi simbora

Ai meu Deus, que sôdade
Que aperreio, que aflição!
É uma dor sem piedade
Que num sai do coração
Por que qui a sinhora
Num fico mais um cadinho...
Pra que toda essa pressa agora?
Pru quê meu amor, pra quê meus carinho?
Ah, Minha Mãe, pruque ocê foi simbora?
Me deixando tão vazio... me deixando tão suzinho...

Eu e minha "véia" sempre gostamos de músicas e causos caipiras. Boldrin, Inezita, Luíz Rocha e tantos outros que nos levam a este universo maravilhoso, tinham cadeira cativa na nossa sala. Então quis fazer uma coisinha pra lembrar das horas de cumplicidade e emoção, risos e chororôs de frente pra telinha, com minha melhor amiga. Bença, mãe! Mais um tantim e eu tô aí, minha frô,pra ti apurinhá no teu cantim!